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Bandidos sabotam rede de internet em Itaboraí e impõem serviço ligado ao tráfico de drogas
Moradores de diversos bairros de Itaboraí, na Região Leste Fluminense do Rio de Janeiro, denunciam que foram obrigados a contratar um serviço de internet supostamente ligado ao tráfico de drogas.
Relatos indicam que provedores independentes foram expulsos da área, forçando a população a aderir ao serviço oferecido por criminosos do Comando Vermelho.
Sabotagem e imposição
Nas últimas semanas, um novo provedor de internet, identificado pelos moradores como Meganet e Megalink, instalou-se em áreas como Caluge, Penedo, Badureco e Cabuçu. Segundo informações de moradores, esse provedor está vinculado ao tráfico local, e os bandidos têm sabotado sistematicamente a infraestrutura das empresas concorrentes, deixando centenas de residências sem acesso à internet.
Um morador, que pediu para não ser identificado, relatou a nossa equipe: “Derrubaram tudo. Todas as ruas de uma vez só. As empresas não podem vir mais aqui para consertar a rede. Quem cortou era o provedor. Eles chegaram com escadas grandes com 18 degraus. Os caras sabiam o que estavam fazendo”, comentou.
Outra moradora, do Conjunto Penedo, descreveu a situação desesperadora.
“Ontem, todo mundo ficou sem internet aqui. Cortaram todos os fios das outras operadoras e mandaram avisar que só a Meganet e a Megalink vão poder atender os moradores de Penedo, Badureco, Caluge e Cabuçu. E dizem que isso vai se estender a toda a região. Tenho crianças pequenas em casa e estamos sem internet até a instalação do novo serviço. É um absurdo”, afirmou.
Revolta e insegurança
A imposição do serviço por parte dos criminosos tem causado grande revolta entre os moradores, que se sentem reféns da situação. Muitos relatam a dificuldade em lidar com a ausência de internet, especialmente para o trabalho remoto e os estudos das crianças.
A 71ª DP (Itaboraí) informou que está ciente das denúncias e que já iniciou investigações para identificar e prender os responsáveis.
No entanto, a sensação de insegurança entre os habitantes persiste, uma vez que a força do tráfico na região é notoriamente difícil de combater.
Busca por solução
Enquanto isso, os moradores esperam por uma solução que restaure a normalidade e a liberdade de escolha na contratação de serviços de internet.
A reportagem procurou as empresas citadas, Meganet e Megalink, mas até o momento não obteve retorno.
Este caso levanta questões importantes sobre a vulnerabilidade da infraestrutura de telecomunicações em áreas dominadas pelo tráfico e a necessidade de uma resposta eficaz das autoridades para garantir a segurança e a liberdade dos cidadãos.