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Campo de São Bento possui Museu Vivo que conta a história do país através das plantas
O Campo de São Bento, principal parque da Zona Sul da cidade e querido pelos niteroienses, abriga um espaço pouco conhecido: a Sala de Sementes.
Localizada próxima à sala administrativa do parque, na Rua Lopes Trovão, este local funciona como um museu vivo, com um acervo de sementes catalogadas por uma equipe dedicada à pesquisa e coleta das plantas do parque. As visitas podem ser agendadas pelo perfil oficial do parque no Instagram (@campodesaobentooficial).
Durante a visita, os participantes têm a oportunidade de plantar as sementes dentro do próprio parque. A Sala de Sementes está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.
Detalhes do Parque
O Campo de São Bento possui uma área de 68.669,84 m² e é administrado pela Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser).
O parque passou por um censo florístico que identificou 1100 árvores distribuídas por seus canteiros e alamedas. Além disso, foram plantadas 142 novas mudas no espaço.
O secretário de Conservação e Serviços Públicos, Ricardo Lanzellotti, destaca o objetivo da Sala de Sementes:
“A sala de sementes foi criada para coletar sementes das árvores dentro do Campo de São Bento.
Elas ficam em exposição neste espaço aberto ao público, onde os visitantes podem conhecer e entender um pouco mais sobre nosso trabalho. Temos placas informativas que ajudam na interação, contando a história do parque.”
O biólogo Alexandre Moraes, subsecretário de Arborização Urbana, ressalta a importância do espaço para o contato direto com espécies históricas da flora brasileira:
“A Sala de Sementes é essencial porque muitas pessoas desconhecem algumas árvores que fazem parte de nossa história, como o pau-brasil, que deu origem ao nome do país. Aqui os visitantes podem vivenciar isso de maneira lúdica e direta, podendo até tocar nas plantas.”
O trabalho de catalogação das sementes é conduzido pela bióloga Eliane Amaral, responsável pelo projeto:
“Estou aqui há quase dois anos organizando, separando e catalogando as sementes. Começamos a fazer rótulos para facilitar a identificação pelos visitantes. Estamos garimpando, coletando e armazenando as sementes das árvores nativas do Campo de São Bento.”
Eliane destaca algumas das espécies catalogadas, como o Jatobá e a chincha fedorenta, conhecidas por suas características peculiares.
A nutricionista Karla Lobach complementa o trabalho com uma avaliação das espécies coletadas:
“Tenho mais de 20 anos de experiência em nutrição. Aqui avalio o valor medicinal e nutricional das sementes, frutos e cascas de várias árvores, enriquecendo nossa pesquisa. É um trabalho muito gratificante e enriquecedor na área da nutrição.”
O trio de trabalho é complementado por Cláudio Mendonça, jardineiro do Campo de São Bento, que destaca o legado de suas atividades para as futuras gerações:
“Adoro plantar e aprender sobre as sementes que cultivo. Já plantei mais de 2 mil sementes aqui, algumas distribuídas para outros locais. É gratificante ver as crianças aprendendo e participando desse processo.”
As sementes são germinadas em um viveiro dentro do Campo de São Bento, com algumas provenientes do Horto Botânico localizado no Fonseca. O trabalho de catalogação visa criar um histórico detalhado das espécies, incluindo nome científico, popular, características e épocas de floração e frutificação.
Censo Florístico
O primeiro censo florístico da cidade de Niterói incluiu o Campo de São Bento, além dos Hortos do Barreto e do Fonseca.
Foram mapeadas todas as espécies arbóreas em um inventário realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS), proporcionando informações essenciais para o manejo adequado das árvores e projetos de educação ambiental.
O levantamento abrangeu 1100 árvores em uma área de 36 mil metros quadrados do Campo de São Bento, incluindo espécies da mata atlântica e exóticas.
Para mais informações, visite o site oficial de Niterói.