Filha de Barry Wilmore revela dificuldades do pai com a gravidade

Adaptação à gravidade após missão de nove meses no espaço tem sido um desafio para o astronauta Barry “Butch” Wilmore, segundo sua filha Daryn Wilmore. Ela compartilhou atualizações sobre o estado do pai em sua conta no TikTok. Fonte: NASA

Apesar do retorno seguro à Terra na terça-feira (18), o corpo de Wilmore sente os efeitos da longa permanência em microgravidade. Essa readaptação é uma das fases mais exigentes do processo pós-missão.

Adaptação à gravidade desafia astronauta Barry Wilmore

Logo nos primeiros 10% da missão de readaptação, adaptação à gravidade se mostra essencial, pois o corpo humano sofre alterações severas em órbita. Barry Wilmore enfrenta esse processo com força, segundo Daryn: “É difícil, mas ele é um soldado”.

A missão, que deveria durar apenas oito dias, se estendeu para nove meses por falhas na cápsula Starliner. Esse tempo extra no espaço intensificou os efeitos físicos da microgravidade sobre o astronauta veterano.

“Sem a gravidade da Terra afetando o corpo humano, os ossos que suportam peso perdem em média 1% a 1,5% da densidade mineral por mês durante o voo espacial.” — NASA

Durante esse período, o corpo de Barry enfrentou perda de densidade óssea e muscular. Segundo a NASA, a microgravidade acelera a degeneração física, mesmo com exercícios intensivos dentro da Estação Espacial Internacional (EEI).

Além disso, a circulação sanguínea, o equilíbrio e a pressão intracraniana também sofrem mudanças. Esses fatores explicam os relatos de tonturas, fraqueza e instabilidade que os astronautas enfrentam ao retornar.

Consequências físicas da permanência prolongada no espaço

As alterações provocadas pela ausência da gravidade podem afetar o astronauta por meses. Para Wilmore, o retorno à vida terrestre será gradual e exigirá acompanhamento médico especializado.

Essa readaptação inclui fisioterapia, recondicionamento muscular e dieta ajustada para recuperar massa óssea e fortalecer o sistema cardiovascular.

“Ele está indo bem, mas passando por um momento difícil”, disse Daryn Wilmore, filha do astronauta, no TikTok.

Na prática, isso significa que Barry precisará de tempo para caminhar normalmente, estabilizar seu equilíbrio e readquirir força muscular. Esses sintomas são comuns, principalmente após longas missões.

O processo também afeta o sistema imunológico, tornando os astronautas mais vulneráveis a infecções temporariamente após o retorno à Terra.

Starliner e o prolongamento inesperado da missão

A cápsula Starliner da Boeing deveria cumprir uma missão de teste de curta duração. No entanto, falhas técnicas obrigaram a permanência prolongada de Barry Wilmore e Suni Williams na Estação Espacial Internacional.

Esses contratempos incluíram vazamentos de hélio e falhas nos propulsores, o que levou a NASA a decidir manter a equipe em órbita por segurança. Isso ampliou os riscos físicos da missão.

Essa decisão impactou diretamente a recuperação de Barry, pois quanto maior o tempo em microgravidade, maior o esforço necessário para a reabilitação após o retorno.

Agora, a Starliner entra na lista de veículos espaciais que exigem ajustes técnicos urgentes para futuras operações seguras e eficientes.

Recuperação pós-espaço: rotina e cuidados

O processo de adaptação à gravidade não termina com o pouso. Pelo contrário, é um ciclo intenso que exige disciplina, monitoramento e atenção a sintomas inesperados.

Nos primeiros dias, os astronautas enfrentam dificuldade para andar, tontura, e até náusea. É comum a necessidade de ajuda para tarefas simples, como ficar em pé ou tomar banho.

• Reeducação postural e equilíbrio com fisioterapia diária
• Reforço muscular com treinos específicos
• Monitoramento cardiovascular contínuo
• Dieta rica em cálcio e proteína para os ossos
• Acompanhamento psicológico para lidar com a transição

Linha do tempo: missão e retorno

1. 5 de junho de 2024: Lançamento da cápsula Starliner rumo à EEI
2. Após acoplamento: Detectadas falhas técnicas, missão é estendida
3. 18 de março de 2025: Retorno à Terra após nove meses no espaço

Por que esse tema merece mais atenção?

Com o avanço da exploração espacial, entender os efeitos da microgravidade no corpo humano se torna ainda mais relevante. Missões futuras para Marte ou permanências mais longas na Lua exigirão soluções para minimizar esses efeitos.

É preciso investir em novas tecnologias de suporte à saúde dos astronautas, como trajes antigravitacionais, medicamentos adaptados e sistemas de reabilitação em órbita. O que acontece com Barry hoje serve de alerta e aprendizado para o futuro da humanidade no espaço.