Audiência Pública sobre a Cultura de Maricá

O protagonismo dos artistas de Maricá mais uma vez ficou de fora, não teve voz

Por Marco Speziali

Ontem (20/06), a Câmara de Vereadores de Maricá realizou uma audiência pública para debater a cultura do município. Presidida pelo vereador Júlio Carolino (PDT), a audiência não atingiu seu objetivo e, mais uma vez, os fazedores de cultura da cidade não tiveram voz. Os participantes foram, novamente, iludidos com promessas vagas de “vamos tentar resolver”.

Em uma cidade onde mais de trezentos artistas se inscreveram para participar do PROAC, a representatividade na audiência foi mínima, com menos de dez por cento da classe presente.

Isso nos leva a duas possíveis conclusões: ou os artistas estão acostumados a receber as migalhas que lhes são oferecidas ou estão, de alguma forma, comprometidos com políticos da cidade.

Essa questão foi destacada por Anderson Terra, CEO do Instituto Terra do Saber, que foi o único participante a abordar a situação dos artistas maricaenses com profundidade. Em sua fala, Anderson demonstrou grande conhecimento técnico e sensatez ao expor os prós e contras da cultura municipal.

Ele destacou erros gritantes da Secretaria de Cultura, comandada por Leandro Silva, e afirmou que a equipe precisa ser melhor qualificada.

“Não é possível que uma cidade que investe mais em eventos culturais anuais do que trinta e duas cidades do Estado deixe os artistas esperando dez meses para receber cinco mil reais. Isso é um verdadeiro absurdo, considerando que o município desperdiça dinheiro”, pontuou Anderson.

Ao final da audiência, que pouco se pontuou e não se discutiu absolutamente nada, ficou claro que os responsáveis não estão preparados para elevar o nível da discussão que a cultura merece.

Mais uma vez, os artistas ficaram de fora do debate, já que o tempo destinado a cada um dos convidados foi extrapolado por discursos políticos vazios, transformando um tema tão importante em um palco de pantomimas.

Com ausência de ideias e conversas enfadonhas, o secretário de Cultura, Leandro Silva, fez muito bem em não comparecer.