- 13
Relação entre alimentos ultraprocessados e a depressão na população brasileira

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados pode elevar em mais de 50% o risco de depressão, segundo estudo da USP.
A pesquisa avaliou 13 mil pessoas em seis capitais, demonstrando como esses produtos afetam a saúde mental.
Saiba mais no estudo publicado no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics.
Principais descobertas:
- Pessoas que consomem mais ultraprocessados têm 58% mais chances de depressão persistente.
- Reduzir 20% desses produtos na dieta pode diminuir em 22% o risco da doença.
- A conexão entre dieta e saúde mental é cada vez mais evidente.
O estudo sobre ultraprocessados e depressão
A pesquisa utilizou dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) e separou os participantes em grupos
conforme a frequência de diagnósticos de depressão ao longo de oito anos.
Os pesquisadores analisaram a relação entre a quantidade de calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados
e a incidência da doença. O consumo variou de 0% a 72%, mostrando uma correlação direta entre alimentação e saúde mental.
“O consumo elevado de alimentos ultraprocessados pode levar a neuroinflamação e elevar o nível de cortisol,
desencadeando sintomas depressivos”, explica Naomi Vidal, pesquisadora da USP.
Como os ultraprocessados afetam a saúde mental?
Os produtos industrializados alteram a microbiota intestinal, impactando o eixo intestino-cérebro. Isso pode gerar respostas
ao estresse, aumentando a inflamação e contribuindo para a persistência dos sintomas depressivos.
Além disso, esses alimentos contêm aditivos artificiais, que podem interferir na produção de neurotransmissores essenciais
para o equilíbrio emocional, como serotonina e dopamina.
Redução dos ultraprocessados: efeitos positivos
Substituir parte dos alimentos industrializados por opções naturais pode reduzir o risco de depressão. Um corte de apenas 5%
na ingestão desses produtos já reduz 6% do risco da doença.
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, evitar ultraprocessados é fundamental para melhorar a saúde física
e mental. Alimentos naturais possuem maior valor nutricional e contribuem para o equilíbrio do organismo.
“Ao reduzir o consumo de ultraprocessados em 20%, o risco de depressão pode cair em até 22%”, afirma Vidal.
Passos para uma alimentação mais saudável
- Diminuir o consumo de produtos industrializados gradativamente.
- Substituir refrigerantes e sucos artificiais por água e sucos naturais.
- Optar por refeições caseiras e ricas em nutrientes.
A influência socioeconômica no consumo de ultraprocessados
Pessoas com menor renda e escolaridade são mais vulneráveis ao consumo desses produtos, pois são mais acessíveis e práticos.
Além disso, a publicidade influencia na escolha por industrializados, promovendo seu consumo excessivo.
Estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa já indicaram essa tendência, mas a análise específica na população brasileira
é essencial para entender as particularidades do país.
Perguntas frequentes sobre ultraprocessados e depressão
Os ultraprocessados realmente causam depressão?
Embora não sejam a causa direta, há uma forte associação entre consumo elevado e aumento do risco de depressão.
Reduzir ultraprocessados melhora a saúde mental?
Sim, a redução pode diminuir significativamente os sintomas depressivos e melhorar a qualidade de vida.
Quanto de ultraprocessados posso consumir sem risco?
O Guia Alimentar recomenda evitar completamente esses produtos para melhor saúde geral.