Laboratório de Nova Iguaçu erra testes de HIV e não possui registro

O Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF/RJ) anunciou que o laboratório responsável por falhas em testes de HIV, o PCS Lab, não possui registro junto ao órgão fiscalizador. Essa situação trouxe à tona uma série de irregularidades na prestação de serviços de saúde na Baixada Fluminense, incluindo a falta de farmacêuticos qualificados.
Além de não estar cadastrado no CRF, o laboratório, que realizou testes falsos negativos de HIV, também não conta com profissionais farmacêuticos registrados, o que agrava ainda mais a questão de segurança sanitária. O episódio já está sendo investigado e pode trazer repercussões graves para a saúde pública.
Erro em testes de HIV e investigação em Nova Iguaçu
Pacientes transplantados em hospitais do Rio de Janeiro foram infectados com HIV após exames realizados pelo PCS Lab, localizado em Nova Iguaçu, terem falhado. A gravidade do caso chamou a atenção das autoridades, que agora investigam possíveis negligências e irregularidades sanitárias.
O Conselho Regional de Farmácia já instaurou processos administrativos para apurar o caso, além de colaborar com outros órgãos reguladores e investigativos para responsabilizar os envolvidos. O laboratório está sob intensa investigação e pode sofrer severas penalidades.
“O caso é inédito e de extrema gravidade, e o Conselho já está colaborando com as autoridades para uma investigação completa”, afirmou o CRF/RJ.
Contrato de R$ 11 milhões e falhas graves nos serviços
O PCS Lab foi contratado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro por cerca de R$ 11 milhões para realizar análises clínicas de pacientes de transplante. No entanto, as falhas em testes de HIV levaram à infecção de seis pacientes com o vírus, uma situação inédita no país.
Esses transplantes, realizados com base em resultados de exames errados, representam um sério risco à saúde pública e levantam dúvidas sobre a fiscalização dos laboratórios que prestam serviços ao estado.
“As falhas nos testes de HIV do PCS Lab são inaceitáveis e geram sérios riscos à saúde dos pacientes,” destacou o presidente do CREMERJ.
Consequências para o laboratório e a saúde pública
Além das investigações, o Ministério da Saúde solicitou a interdição do laboratório e determinou que todos os testes de doadores de órgãos sejam feitos pelo Hemorio, utilizando o teste NAT, considerado mais seguro. Essa medida visa garantir a segurança de futuros transplantes e evitar novos erros nos diagnósticos de HIV.
O caso também envolve o Ministério Público e a Polícia Federal, que estão conduzindo investigações paralelas sobre a contratação do laboratório e as responsabilidades pelos erros nos exames. A interdição do laboratório está em discussão e pode ser realizada a qualquer momento.
O que o laboratório diz sobre as acusações
Em nota, o PCS Lab afirmou que está investigando internamente o ocorrido, mas classifica o episódio como “sem precedentes”. O laboratório informou que está fornecendo suporte médico e psicológico às vítimas, além de cooperar com as autoridades.
No entanto, a gravidade do caso levanta questões sobre a qualidade dos serviços prestados e a falta de supervisão eficaz, uma vez que o laboratório não possuía registro no CRF/RJ e os exames de HIV estavam incorretos.
FAQ – Laboratório que errou testes de HIV
- O laboratório responsável tinha registro?
Não, o PCS Lab não possuía registro no Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF/RJ). - Quantos pacientes foram infectados?
Seis pacientes foram infectados com HIV após transplantes de órgãos, resultado de exames de HIV incorretos. - Quais as consequências para o laboratório?
O Ministério da Saúde pode interditar o laboratório, e as investigações podem levar a sanções severas.