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Homem trans realiza pré-natal especializado no Rio de Janeiro
No Brasil, o acesso ao pré-natal especializado para pessoas trans ainda é um privilégio limitado, mas iniciativas como o programa Transgesta, do SUS, têm feito a diferença.
Lucas Bernardo Alves, homem trans de 27 anos, foi o primeiro no estado do Rio de Janeiro a ter esse acompanhamento na Maternidade Escola da UFRJ, em Laranjeiras. Este modelo de cuidado respeita as identidades de gênero e as peculiaridades dos corpos trans.
O processo foi descrito como respeitoso e inclusivo. Lucas relatou que não enfrentou problemas com pronomes ou preconceitos, destacando o papel essencial da equipe multidisciplinar. Veja algumas características do atendimento:
- Respeito à identidade de gênero
- Equipe composta por psicólogos, endocrinologistas e assistentes sociais
- Acompanhamento focado no bem-estar físico e mental
Por que o programa Transgesta é importante?
A Maternidade Escola da UFRJ é pioneira no estado e a segunda no país a oferecer o pré-natal especializado para pessoas trans. O programa começou em agosto e atende gestantes transexuais, travestis e não binárias. Segundo a médica Penélope Marinho, o atendimento é completo e inclui suporte psicológico e nutricional.
“O uso de hormônios masculinizantes é suspenso durante a gravidez para evitar riscos ao feto, o que torna o acompanhamento especializado fundamental.” — Penélope Marinho, médica.
Além disso, Lucas teve o apoio de sua mãe, Cleudia Penha, que esteve presente durante todo o processo, incluindo a cesariana. Ela afirmou que, apesar do receio inicial, o tratamento recebido foi exemplar.
Passos para uma gestação assistida pelo programa Transgesta
- Identificar-se como transexual, travesti ou não binário na unidade de saúde.
- Iniciar o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar.
- Realizar consultas periódicas com foco no bem-estar físico e mental.
“Ter um espaço seguro para gestantes trans é um avanço essencial no Brasil.” — Especialistas em saúde LGBTQIA+.
Acolhimento e transformação social
Programas como o Transgesta transformam vidas ao garantir que todas as pessoas sejam tratadas com dignidade. Lucas, agora pai de Maria Cecília, é um exemplo de como o respeito pode mudar histórias. Sua jornada destaca a importância de mais unidades adotarem práticas semelhantes.
Além disso, iniciativas como essa combatem a desinformação e promovem a equidade no acesso à saúde pública. A Maternidade Climério de Oliveira, na Bahia, também adota esse modelo, mostrando que o avanço é possível em outras regiões.
Fonte: gov.br/saude