Paula Tanga leva o Prêmio Periferia Viva 2024

Presidente da ONG AfroTribo se torna a única gonçalense a receber a honraria, enquanto São Gonçalo assiste de camarote – e de braços cruzados

Por Marco Speziali

A última quinta-feira (28) marcou uma noite de glória no Palácio do Planalto, em Brasília, onde a cerimônia de entrega do Prêmio Periferia Viva reuniu grandes nomes, incluindo o Presidente Lula, que fez promessas de apoio às instituições vencedoras.

Entre os destaques, Paula Tanga, presidente da ONG AfroTribo, brilhou ao ser a única representante de São Gonçalo a conquistar esse reconhecimento. Seu trabalho de criação de sete salas de leitura espalhadas pelo Rio de Janeiro foi aclamado como exemplo de transformação social.

Como o Prêmio Periferia Viva destaca líderes como Paula

Enquanto Paula desfruta da merecida aclamação nacional, São Gonçalo – onde seu trabalho começou – permanece no papel de figurante ingrato. É quase irônico: o Brasil inteiro reconhece o impacto de suas ações, mas, em sua terra natal, a história é outra

O espaço de Paula no Condomínio Minha Casa Minha Vida, no Bairro Venda da Cruz, foi retirado sem cerimônia, numa daquelas decisões que parecem seguir a lógica do “vamos cortar o que dá certo”.

Por que São Gonçalo não apoiou Paula Tanga?

A prefeitura de São Gonçalo, particularmente a Secretaria de Turismo e Cultura, talvez esteja agora tentando entender como deixou escapar o brilho de uma estrela local.

“Reconhecer talentos locais é investir no futuro da cidade.” – Especialista em políticas públicas

Afinal, suas tentativas de incluir iniciativas de Paula nos editais culturais foram barradas por desclassificações que só podem ser descritas como “patéticas”. Se incompetência e desinteresse tivessem um prêmio, Júlia Sobreira seria fortíssima candidata.

Prêmio Periferia Viva e seu grande significado

O Prêmio Periferia Viva, iniciativa do Ministério das Cidades por meio da Secretaria Nacional de Periferias, visa justamente destacar iniciativas que enfrentam desigualdades e transformam territórios periféricos.

Ou seja, tudo o que Paula Tanga já faz de sobra – com ou sem o apoio de sua cidade. Que essa conquista sirva de espelho para os gestores gonçalenses, que agora só podem assistir ao sucesso de Paula enquanto mordem os lábios de arrependimento.

Paula Tanga levou o prêmio. Júlia Sobreira levou um tapa da realidade com luvas de pelica PRETA.