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Trabalhador resgatado em fazenda de Leonardo relata condições desumanas

Trabalhador resgatado em fazenda arrendada pelo cantor Leonardo descreveu condições deploráveis de trabalho, com formigas e cupins andando por cima dele durante a noite. O resgate, realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), expôs uma realidade chocante em Jussara, Goiás, onde seis trabalhadores, incluindo um adolescente, foram encontrados em situações análogas à escravidão.
Os trabalhadores eram forçados a viver em alojamentos precários, sem camas adequadas ou banheiros. Além de enfrentar jornadas exaustivas, eles estavam expostos a infestações de animais, como morcegos e escorpiões, sem qualquer proteção ou condição de higiene mínima.
Condições degradantes na fazenda de Leonardo
Condições análogas à escravidão foram evidenciadas pela fiscalização na Fazenda Lakanka, onde os trabalhadores passavam suas noites em um local insalubre e perigoso. As paredes estavam deterioradas, e os relatos de escorpiões e lacraias aumentavam o medo e a insegurança.
Leonardo afirmou que não tinha conhecimento das condições, pois a fazenda estava arrendada, mas o MTE considerou o cantor responsável pela situação. Isso gerou debates sobre as responsabilidades de quem arrenda propriedades para terceiros.
“A casa é muito ruim e está cheirando muito mal. Há muito morcego no alojamento, as formigas e cupins andam por cima dos empregados enquanto estão deitados”, relatou um dos trabalhadores.
Responsabilidades do arrendatário e do proprietário
De acordo com o relatório do MTE, o cantor Leonardo deveria garantir que a área arrendada estivesse pronta para o plantio, incluindo a limpeza do solo. Embora o plantio estivesse sob responsabilidade do arrendatário, as etapas anteriores, como a catação de raízes, eram responsabilidade direta do cantor.
Essa situação trouxe à tona a importância de monitorar as condições de trabalho em fazendas arrendadas, mostrando que, mesmo sem envolvimento direto, o proprietário tem obrigações legais que não podem ser negligenciadas.
“Leonardo lamentou a situação e afirmou que estava surpreso e triste com a inclusão de seu nome na lista suja do trabalho escravo.”
Rotina exaustiva e falta de direitos trabalhistas
Os trabalhadores resgatados relatavam jornadas de 10 horas por dia, sem direito a descanso semanal. Recebiam R$ 150 por dia, mas em domingos eram pagos pela metade. As condições eram agravadas pela falta de registro formal de trabalho, o que os deixava sem direitos trabalhistas ou benefícios previdenciários.
Esses trabalhadores não possuíam contrato, e suas carteiras de trabalho não foram assinadas, situação que é uma clara violação dos direitos previstos na legislação brasileira.
Seção de dicas: Como denunciar condições de trabalho análogas à escravidão?
- Entre em contato com o Ministério do Trabalho e Emprego através do site oficial.
- Faça denúncias anônimas pelo telefone 100, disponível 24 horas por dia.
- Busque apoio de ONGs que atuam na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Linha do tempo do caso
- Novembro de 2023: Fiscalização resgata os trabalhadores na fazenda arrendada de Leonardo.
- Abril de 2024: Leonardo paga indenizações e multas, e o caso é arquivado.
- Outubro de 2024: Leonardo é incluído na “lista suja” do trabalho escravo.
FAQ: Principais dúvidas sobre o caso de Leonardo
1. Por que Leonardo foi incluído na lista suja do trabalho escravo?
Leonardo foi incluído na lista porque os trabalhadores em sua fazenda estavam em condições análogas à escravidão, apesar de a fazenda estar arrendada a outra pessoa.
2. Os trabalhadores resgatados tinham registro em carteira?
Não, os trabalhadores estavam em situação completamente informal, sem contratos ou carteira assinada, o que é ilegal no Brasil.
3. O que Leonardo fez após ser incluído na lista?
Ele pagou indenizações e afirmou em suas redes sociais que ficou surpreso e triste com a situação.